05/11/13

Amesterdão

Fim de semana prolongado em Amesterdão, capital da Holanda de 1 a 4 Novembro.
A primeira impressão foi fantástica, o aeroporto novo e com uma estação de comboio! Apanhámos um comboio para o centro da cidade por 3,90€ cada bilhete. Apanhámos um Táxi para nos levar a casa de um amigo, queriamos chegar antes que ele saisse para o trabalho. Adorei logo as primeiras vistas da cidade, da sua arquitectura e das ruas pequenas com o pequeno comércio. Taxista emigrante, pediu para ficar com os 10€ quando o custo da viagem foi de 8,20€. Pelo que ficámos a saber mais tarde ninguém dá gorjetas a ninguém, porque os salários são justos.

Saimos para comprar o cartão I amsterdam (62€ cada um para os três dias) para começar a visitar a cidade, com este cartão tivemos transportes gratuitos dentro da cidade, acesso a mais de 50 museus, uma tour de barco pelos canais, descontos em restaurantes e bicicletas.

Acho que nestes dias vimos mais do que estes meses todos em Berlim :) Mas a ideia era aproveitar ao máximo a viagem e foi o que fizemos, embora muitas coisas ficaram por ver...

É impressionante a capacidade deste povo construir sobre a água e já lá vão 700 anos de experiência! Habitações de 1500, 1600 ainda de pé! Nós dormimos numa delas, bem pitoresca em frente a um dos tantos canais existentes pela cidade. Mas o tempo não perdoa e muitos prédios estão visivelmente tortos, a esquadria das janelas, portas, paredes não estão correctas, a frente dos prédios a tombar para a frente, parece que vão mesmo cair a qualquer momento. E nota-se bem em comparação com o prédio do lado, há sempre um mais inclinado do que o outro.

Torna-se um pouco confuso andar pela cidade, parece tudo muito igual, ruas estreitas, prédios revestidos com tijolo escuro e janelas brancas, canais e pontes por todo o lado. Os peões aqui não têm grande relevância, os passeios são pequenos, a cidade não é muito grande. Os ciclistas são loucos, andam por todo o lado, por cima de toda a folha. Já não bastava isso, nas ciclovias também andam as scoters e sempre sem capacete, teoricamente deveriam andar a 20km/hora, mas não é isso que se vê.

Os museus ficam abertos até às 17, 18h, mas à sexta-feira é dia do museu Van Gogh ficar aberto até às 22h e têm sempre outras actividades. Para começar passámos à frente de uma enorme fila só porque tinhamos o cartão I amsterdam, ufff já valeu apena. Entrámos, o museu estava cheio de gente, tinham música ao vivo, mais tarde DJs, projecção multimédia, bar com coktails. Ahh e sobre este último, parei a meio do percurso para descançar as pernas e observei do andar de cima o rapaz a fazer as bebidas (7€ cada uma). Pegava em gelo moído com as mãos e colocava dentro do copo, esmagava umas plantas entre as palmas das mãos e colocava no copo, acrescentava a mistura de bebidas, servia e recebia o dinheiro, sacudia as mãos e fazia o troco. Recebia novos pedidos e o ciclo recomeçava, sempre e só a sacudir as mãos... Fomos a uma pastelaria para tomar um pequeno-almoço. A senhora da caixa mexeu em dinheiro e de seguida pegou no pão com as mãos. Em cima do balcão tinha dois pratos com croissants, uma cliente deixou cair uma moeda para dentro de um destes pratos, a funcionária remexeu nos croissants para encontrar a moeda, faz o troco deu ao cliente e começou a atender os clientes como se nada se tivesse passado. Uauu que nojo!
À noite contamos estas histórias e contaram-nos outra bem pior:
Um homem está sentado numa mesa de café com o cão todo cheio de rastas bem sujo em cima da mesa, como se fosse uma situação normal, cão em cima da mesa... o funcionário trás uma tosta para servir ao cliente, tropeça e cai tudo pelo chão fora, agarra e serve na mesma ao cliente e este reage normalmente. Aiiiii Jesus!!! Mas o que é isto?! Se a ASAE chega a estes paises estão tramados!

Sábado à tarde alugámos bicicletas por 24h, já que é o melhor transporte para andar por lá. É sem dúvida uma cidade virada para o turismo, tinhamos a opção de escolher uma bicicleta com travão de pés ou de mãos, sendo que a última opção ficava 50% mais cara. Ah e todos os holandeses que encontrámos falam inglês fluentemente. Os transportes públicos são limitados, não chegam a todas as ruas e demoram algum tempo a passar. E ter bicicleta dá outra liberadade para explorar a cidade. Alguns electricos têm uma bilheteira com um funcionário dentro de uma cabine a meio da carruagem. Achei isto delirante, parecia um filme parado no tempo, já para não falar das carruagens antiquadas :)

Achei o povo bem disposto e divertido. Por exemplo, adorei um funcionário da casa de Rembrandt, era um senhor muito simpático, nós tinhamos direito ao audio guia gratuito e fui solicitar, pedi para ser em português e o senhor disse que não tinha, então eu pedi em inglês, ao qual respondeu de uma forma brincalhona, "ah eu já sabia."

Acho que iria gostar de lá viver! Gostei da cidade, é mais do meu tamanho. O pior é que a achei mais cinzenta, mais chuvosa do que Berlim. O sol mal apareceu para dizer olá.

Fomos visitar uma biblioteca super moderna, tinha um piano logo à entrada e qualquer pessoa pode sentar e começar a tocar. Estava equipada com montes de iMacs ao longo dos diversos pisos. No último andar tem um terraço com vista sobre a cidade, mas tinha fechado desde o dia 1 Novembro, ora bolas! Tinha um restaurante com comida com bom aspecto. E tive que pagar 0,20€ para ir ao WC. Ah e funciona todos os dias da semana!

Visitar a casa de Anne Frank é uma das tarefas mais dificeis de fazer, pelas longas filas de espera. No domingo madrugámos e fomos até lá. A casa tem espaços minusculos e muitas pessoas a visitar ao mesmo tempo... quando saimos fomos até ao bar tomar um segundo pequeno-almoço, onde tinha enormes janelas para o canal e que dava para ver a fila interminável de pessoas. De repente, começa a chover, ventos fortes e a cair escardoça e as pessoas com os chapéus de chuva virados ao contrário e quem não tinha nada para se proteger não arredou pé dali, apesar de ter a cabeça cheia de granizo e do frio que se fazia sentir na rua. Passado alguns minutos vejo as pessoas da organização a distribuir alguns chapéus de chuva. Eu tinha acabado de "reviver" a história da Anne Frank e ter assistido aquela situação confesso que fiquei emocionado.

Junto à estação central de comboios existe um estacionamento só para bicicletas com 3 andares, tudo apinhado de bicicletas, é impressionante! Existem mais bicicletas do que habitantes. E as bicicletas têm bom aspecto, robusto. As que alugámos não eram as tradicionais holandesas :( mas confortaveis na mesma.

Dia 4, madrugámos para ir a pé até à estação central apanhar o comboio até ao aeroporto, fizemos isto tranquilamente em 45 minutos. o voo era às 9:10, mas mal chegámos mudou no painel para as 9:40, depois 9:50 e depois 11:50. Por volta das 10h o painel apontava para as 11h, acabaram por oferecer um voucher no valor de 4,95€ para tomar o pequeno almoço continental. Como se fosse possível tomar ali isso por esse valor, enfim... Conclusão, eram 13h quando estavamos a levantar voo. Comandante pediu desculpas pelo atraso e disse que foi por culpa do tempo.

Sem comentários:

Enviar um comentário